quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

21º Festival


Há 2 anos atrás nem pensava em andar novamente em um festival porque fiquei traumatizado... Os anos passaram e a gente vai amadurecendo e entendi que o festival é uma festa e correr é apenas um detalhe.
Chegamos na quinta-feira e eu queria tentar dar algumas puxadas no treino,  porque não consigo correr um campeonato inteiro e só com treino chegamos a perfeição.
Minha meta nesta corrida era andar com tempo mais baixo que o Fabiano(preparador).Por que o Fabiano?
Na etapa de agosto estava tudo certo para eu correr mas, na última hora, foi liberado uma cirurgia para minha esposa e então, como já estava com tudo pago, falei para o Fabiano ir e correr com meu carro, assim ele poderia também fazer um melhor acerto. Fabiano foi e cravou 11,1s, essa tinha sido a melhor marca com o 56, o melhor tempo que eu havia virado foi 11,2s com nitrometano. Essa marca virou minha meta, preciso virar o mesmo ou mais baixo, porque sabemos que o carro poderia entrar na casa dos 10s.
Voltando ao festival, na quinta-feira dei minha primeira puxada e acabei saindo muito forte, destracionou demais e acabei desistindo da puxada. Na segunda puxada estava mais tranquilo, saí mais fraco, logo pulei 1,6s os 60 pés e fui confiante, dentro do carro senti que estava trocando as marchas certinho, com a certeza de estar melhorando e ao chegar no final da reta já com o carro quase parando, escuto do meu rádio que esteva no bolso um grito que dizia: -ONZE ZERO, Filho da Pu...!!!!!!!!Era meu amigo Camarão me avisando do tempo que havia cravado. Nessa hora veio uma alegria tão grande, tinha alcançado a minha meta e pensei: Agora o que vier é lucro!
Neste festival teve o retorno do Opala 312 do meu amigo Fernando Leme que depois de muito tempo parado, retornou as pistas.
Traseira Super(TS) Fernando Leme

Agora nessa equipe temos hoje mais 2 carros fora os opalas, são carros que andam na DO(dianteira original) pilotado por Fabiano Maldonado( vulgo Camarão)e na DS(dianteira super)pilotado por Luis Bonarcorso( vulgo XUXU).
Dianteira Original(DO) Fabiano Maldonado "Camarão"
Dianteira Super(DS) Luís Bonacorso "Xuxu"


Chegou sexta-feira e as puxadas oficiais não aconteceram devido a chuva e restou a gente ficar dentro dos boxes, comendo um churrasquinho e jogando boas conversas fora até um chamado para comparecer a uma premiação da revista RACEMASTER.
Para melhorar mais ainda nosso fim de semana, tivemos 2 prêmios, o de melhor equipe e o de melhor carro em 2014. Isso deixou a todos orgulhosos e principalmente ao Fabiano, que nos agradeceu por essa conquista.

Sábado cedinho começaram as puxadas oficiais e dessa vez São Pedro deu uma trégua, deixando o céu azul e muito calor.
Eu estava bem tranquilo e quando chamaram a minha categoria, fui só pensando em repetir a puxada do treino, porque foi muito boa, consegui emendar marcha em cima de marcha e  o pessoal que viu disse que estava parecendo os prós da categoria, tipo a tocada do Raul Antonio Correa.
Chegou a minha vez de ir para pista. O bournout foi do jeito, maravilhoso, fiquei mais calmo e mais confiante e fui para alinhar o carro no farol. Acendeu o Pré-stage e do meu lado o concorrente logo veio e acendeu as 2 amarelas juntas(pré stage e stage). Fiquei tranquilo, imaginando que o farol só iria baixar depois que acendesse o meu stage e de repente baixa o farol, antes de eu estar realmente preparado. Aí me apavorei e acabei queimando a saída. Cara, que raiva fiquei de mim, isso me deixou abalado e na segunda puxada foi a mesma coisa. Não sei o que aconteceu comigo. Queimei 2 vezes e o pior de tudo é que só teve 1 carro na categoria que entrou nos 10s, que foi o do Raul e o restante estava virando 11,0 e 11,1s. Ou seja, eu tinha chances reais de conseguir uma boa colocação e a pista estava melhor do que nos treinos. Eu podia ter entrado na casa dos 10s. A minha esperança era domingo, para ficar em uma boa posição.
O restante da equipe estava indo super bem. O Xuxu fazendo o recorde novamente da DS com incríveis 9,7s. Camarão melhorando ainda mais sua marca com 10,6 na DO e o Fernando voltando  e virando logo de cara 9,4s na primeira puxada. Sábado foi um dia de muitas risadas e ficamos no autódromo até perto da meia noite comendo e comemorando os resultados.
Domingo amanhece com muito sol e logo ficamos sabendo que todos tinham apenas 1 puxada e aí tremi na base, pois tinha certeza que teria 2 e agora era tudo ou nada.Ao chegar minha hora, pensei em sair mais forte, pois a pista estava melhor, mas acabei saindo forte demais e fiz um 60 pés muito alto. O carro destracionou muito e acabei virando 11,5s e com uma reação muito alta, acabei perdendo a oportunidade e fiquei em 6º lugar.
No resumo, o final de semana foi ótimo.  Fora o 56, todos pegaram pódio para equipe, primeiro e segundo lugar. O Camarão conseguiu ser o mais rápido da DO, o Xuxu o mais rápido da DS com o recorde e o Fernando fez 9,1s, ficando em segundo. Fora a diversão, sentimos que todos realmente queriam o melhor para equipe e todo mundo trabalhando igual, um ajudando o outro e isso me deixou muito feliz porque não quero que a Arrancada seja um stress, quero ir para me distrair e aproveitar as coisas boas.
Ao meu lado Fabiano Rocha

Hoje agradeço muito ao Fabiano Rocha(preparador), o cara tem a paciência de me ensinar tudo sobre o 56 sem segredinhos e diz:
- O carro é seu, você tem que saber tudo que está nele e o que vai nele!!!
- Mas você não tem medo de ensinar tudo?
- Quanto mais ensino, mais livre fica a minha mente para aprender mais. Não tenho medo, porque sei o quanto somos capazes de aprender mais, de conhecer o novo.
Em 2 anos de convivência, realmente vi que tudo isso é verdade, pois ele sempre fala para focar nos nossos carros, ter paciência que uma hora os resultados começam aparecer. E nesse tempo, vi várias quebras de recordes tanto na DS quanto na DO e nenhum momento sequer se gabou do resultado e nem tocou no assunto dinheiro, querendo dobrar o valor da mão de obra pelos resultados, sem explorar a nossa fragilidade por amar demais a Arrancada. Dessa forma o retorno vem sólido e estruturado.

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